(Comunicación presentada en el
Congreso Iberoamericano de Personalismo y psicología
VII Jornadas de la Asociación Española de Personalismo
I Encuentro de la Asociación Iberoamericana de Personalismo
Instituto de Ciencias de la Familia. Universidad Galileo
Ciudad de Guatemala, Guatemala, 25-27 de julio de 2011
Ana Lúcia de Vasconcellos Liberato
Doutoranda em Bioética da Universidade Católica Portuguesa – Porto
PEDRO L. ENTRALGO NO TEMPO E NO ESPAÇO
Faremos uma pequena retrospectiva histórica da época que marca a vida de Pedro Lain Entralgo, pois, como afirma em sua obra CORPO E ALMA, toda história contribuiu para “que fosse o que efetivamente sou”. (ENTRALGO, 2003)
GUERRA CIVIL NA ESPANHA
Durante todo o Sec. XIX e o início do Sec. XX, a Espanha não conseguiu política e socialmente completar a sua revolução para chegar a produzir estabilidade institucional de forma democrática. Foi um período rodeado de conflitos, com lutas entre liberais e absolutistas e, mais tarde entre monarquistas e republicanos tendo como pano de fundo as perdas das colônias filipinas e americanas. O fim da monarquia e o advento da república em 1931 não mudaram esse panorama político, com o agravante de que a Igreja e o Exército se mantiveram monárquicos provocando constantes tentativas de golpes.
Houve o crescimento do movimento operário que se espalhou pelo país, tendo o anarquismo como a tendência política mais popular. Insurreições armadas entre as classes, tanto da direita como de esquerda ocorreram com regularidade. A recusa (1931) dos anarquistas em dar apoio aos partidos de esquerda, e sua “greve do voto”, permitiu vitória eleitoral da direita representada pela Confederação das Direitas Autônomas (CEDA). Se os militares rebeldes esperavam resolver a questão rapidamente e sem muito derramamento de sangue, à maneira do século XIX, foram surpreendidos pelo nível de mobilização ideológica da sociedade espanhola da época.
O liberalismo, na Espanha, desde os inícios do Sec. XIX tinha sido violentamente anticlerical como entre os anarquistas influentes na esquerda, ao contrário dos socialistas marxistas. No desenvolver da Guerra Civil, a identificação da Igreja com a direita, também determinou o anticlericalismo da esquerda. Em outubro de 1931, Azaña, primeiro ministro, equiparará a proclamação da República com o fim da Espanha católica. Durante a Guerra Civil, como Presidente da República, irá preferir ver todas as igrejas da Espanha incendiadas a ver uma só cabeça republicana ferida, como declarou em jornal da época; o radical Alejandro Leroux teria conclamado a juventude a destruir igrejas, rasgar os véus das noviças e “elevá-las à condição de mães”.
Estima-se que, nessa época, foram destruídas ao redor de 20.000 igrejas, juntando a isso, perdas incalculáveis de arquivos e imagens. A Igreja Católica, nessa ocasião chegou a generalizar e a proclamar uma revolta contra o governo, comparando-a como uma cruzada moderna. (ORTIZ,2001). Foi autorizado o culto católico apenas para não alienar a opinião pública internacional e os próprios grupos católicos republicanos, embora estes em geral fossem anticlericais e apoiassem a repressão à Igreja. Entre estes se encontrava parte do clero basco que seria depois fortemente perseguido.
PEDRO LAIN ENTRALGO
Pedro Lain Entralgo nasceu em 15 de Fevereiro de 1908 em Urrea de Gaén (Teruel), pequena aldeia da parente aragonesa da terra espanhola “e na situação histórica do meu país e do mundo no final da primeira década do século XX”. (ENTRALGO, 2003)
A História e a sociedade tiveram constante configuração ao longo da existência e da construção física e humana de Pedro Lain Entralgo. Ele mesmo fala em seu livro, que sua existência foi configurada em duas etapas: aquela que precedeu ao momento em que sua realidade biológica-pessoal pode se assumir como “eu” e a segunda etapa, posterior a este momento (ENTRALGO, 2003).
Este momento divisor seria a Autoconsciência, que se apresenta “à observação ingênua de cada um, como a base ou o suporte constitutivo do “eu”, de tudo o que é sentido, decidido e executado na primeira Pessoa do singular” (SERRÃO, 2004).
Demonstra o médico, filósofo, historiador e dramaturgo, Pedro Lain Entralgo, o quanto uma visão total do ser humano, a Pessoa no seu biológico e psicológico, o influenciou desde que nasceu e se traduziu em atos e feitos durante o transcorrer de sua vida, dando-lhe motivação e sentido às suas idéias.
Apesar de sua primeira e primordial vocação ter sido a Medicina, Lain destacou-se sobremaneira no campo da Filosofia onde, com grande originalidade, se destaca nessa utilização de perspectiva e percepção do homem como Pessoa total. Foi contado como um filósofo de inspiração personalista de raiz zubiriana e no campo da Antropologia Médica, é uma das figuras de maior prestígio.
Em seu livro “Teoría y realidad del otro” estuda a realidade da Pessoa Humana, sua constituição, sua abertura para o outro e ao “TU” absoluto e dá mostra de sua raiz personalista (ENTRALGO, 1983).
Crítico do dualismo antropológico tanto hilemorfista [1] como cartesiano e também do monismo materialista, se mostrou a favor de uma antropologia dinamicista a partir da qual construiu sua filosofia.
Nos seus livros, procura explicar o Homem como um corpo vivente e pensante, de carne e osso inserido sempre numa realidade existencial que, portanto, vive a partir do aqui e agora. Essa percepção traz consigo uma realidade e um sentimento de pertença, de existência, e essencialmente a partir do centro, do “eu mesmo” proclama a identidade pessoal, a própria realidade de Pessoa.
O método por Lain utilizado em suas principais obras consiste na simultânea e sucessiva indagação histórica e na reflexão sistemática desta.
A compreensão histórica de nós mesmos faz perceber um caminho percorrido e que apesar de cada Ser Humano, ser um SER de “lapso” no tempo, concretiza, marca e deixa “feitos” que perdurarão com o Universo. E pode assim, como as grandes histórias, os grandes monumentos – que nos marcam e nos fazem crescer – o nosso SER, deixar novas marcas, novos sentimentos de “pertença”.
Na forma antropológica de se expressar, Lain diz que deve ao Cristianismo a descoberta em si, de uma dimensão secreta – sua intimidade – a partir da qual vê a possibilidade de se tornar questão a si e a tudo que existe.
É no compreender a si mesmo que consegue enxergar o outro e tudo o que existe. Nesta direção, demonstra o quanto a história da humanidade, o totalitarismo, a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria, o desprezo pelos direitos Humanos, isto é, a deteriorização da Dignidade do ser humano o moveram a ser o que era como ele mesmo disse: “… senti em mim a ruína desse nobre otimismo que a partir de 1930 a história da Humanidade trouxe consigo” (ENTRALGO, 2003).
VIKTOR EMIL FRANKL NO TEMPO E NO ESPAÇO
Apresentamos breve retrospectiva do momento histórico na vida de Viktor Frankl e como esta igualmente marcou sua obra terapêutica e seus escritos.
Viktor E. Frankl, contemporâneo de Lain, nasceu em Viena a 26 de março de 1905, de pais judeus, médico, psiquiatra e filósofo austríaco. Fez seus estudos iniciais no Realgymnasium, com ensino acadêmico de acentuada tendência organicista.
No secundário, frequentou a Universidade Popular para assistir a aulas de psicologia aplicada e experimental e já inicia a publicar artigos e periódicos. Seu encontro com a psicanálise se deu a partir de aulas dadas por discípulos de Freud. Em 1924 ingressou na Universidade de Viena para o curso de Medicina, época em que entrou para o partido socialista, e começou a participar de discussões em torno do marxismo e psicanálise. Experimentou insatisfações sobre vários pontos da proposta freudiana, sobretudo, nas formulações conceituais que reduziam o homem a um sistema fechado e excluíam os elementos de decisão e vontade pessoal.
Passou a frequentar o círculo da Psicologia Individual de Alfred Adler, quando publicou uma série de artigos na Revista Internacional de Psicologia do Indivíduo e fundou a revista “Der Mensch im Alltg”. Mais tarde, já sob influência de Max Scheler, passa a escrever suas idéias de como afrontar sob tratamento terapêutico a problemática existencial e filosófica apresentada pelos pacientes. Especializou-se em neurologia e psiquiatria e a partir de 1940 passou a dirigir o departamento de neurologia de Rothschildspital, dedicado exclusivamente a pacientes judeus.
Em 1938, Hitler invadiu a Áustria e se iniciaram as perseguições raciais. Frankl entendeu que deveria permanecer em Viena com os pais já em idade avançada. Sobrevivente de quatro campos de concentração[2], Frankl conheceu um período de cativeiro que durou dois anos e meio, caracterizado pelo que ele mesmo chamou de experimentum crucis.
Os anos no Lager, com maus tratos e a carência dos recursos físicos, o aniquilamento, propiciaram-lhe a experiência de sua desnudez, descobrindo, como dizia, o homem em sua quintessência. Este foi o acontecimento que amadureceu plenamente as convicções filosóficas e psicológicas que vinha conquistando. Chegara o momento de verificar em si mesmo a validez de sua tese principal, isto é, de que o homem é um ser espiritual e, como tal, aspira profundamente por um sentido em sua vida que transcenda mais além dele próprio, como um apelo interior que o faz perseguir um nível sempre mais elevado em direção ao dever ser. Ou seja, Frankl expressa que é a «vontade de sentido» a força motriz que impulsiona cada um de nós para a realização de nossos projetos – familiares, profissionais, sociais – e ao projeto por excelência de autoconfiguração, ou de construção, digamos, da própria existência pessoal (FRANKL, 1989).
Livre do campo de concentração, de volta a Viena, reelaborou seua apontamentos do Lager e publicou seu primeiro livro: Arztleche Seelsorge (traduzido para o espanhol como Psicoanalisis y Existencialismo e para o português como Psicoterapia e Sentido da Vida). Em 1946, publica seu livro mais famoso: Ein Psycholog erlebt das Konzentrationslager (Man’s Search for Meaning; Um psicólogo no campo de concentração).
Citando algumas de suas obras mais famosas, consegue sua licenciatura em Filosofia com a publicação de Der unbwusste Gott (A presença ignorada de Deus) e como fruto de suas aulas, dois magníficos ensaios: Der unbedingte Mensch (O homem incondicionado) e Homo Patiens, nas quais faz uma critica ao reducionismo biologista, psicologista e sociologista, seguida de uma interpretação humanística do sentido do sofrimento. Segundo Frankl, o grande fenômeno atual, observado no plano da vida privada e no da vida pública, é a questão da ausência de sentido. A busca de sentido para a própria existência é uma força primária do ser humano, e a não realização deste sentido pode gerar o que Frankl denomina «vazio existencial» (FRANKL, 1994). Frankl cita em diversas oportunidades uma frase de Nietzsche: «Se se tem claro o porquê da vida se suporta quase qualquer como». Podemos acrescentar: se encontra o caminho ético condutor em diferentes situações existenciais.
APLICAÇÕES DO PENSAMENTO DE LAIN E FRANKL EM BIOÉTICA
O Fenômeno da Vida, em seu desabrochar de forma variada no mundo, tem seu “vértice na vida do homem”; a medicina tem como tarefa primordial, o serviço ao homem, à sua saúde; e, embora o contato entre o médico e o paciente de imediato seja intermediado pela corporeidade humana, não é possível ao médico abstrair-se da totalidade da Pessoa do paciente, da liberdade e responsabilidade de cada um. Lain discorre em seu livro CORPO E ALMA, sobre a importância da visão total do ser humano exemplificando com sua própria vivência: “tudo o que desde então aconteceu até a eclosão do meu eu contribuiu de forma ou de outra para que eu fosse o que efetivamente sou”, gradualmente, com o crescimento comunitário e ambiente social (ENTRALGO, 2003) (SGRECCIA, 2002).
Considerações sobre o Início e o Fim da vida são proeminentes em Bioética e procuraremos a partir dela traçar um paralelo de Lain e Viktor Frankl o que se torna particularmente interessante por serem ambos dedicados à medicina e filosofia.
INÍCIO DA VIDA: O próprio processo de desenvolvimento biológico embrionário da Pessoa humana não pode ser visto de forma segmentada para entender o corpo e a alma na visão de Lain. Ele não aceita, como vimos o dualismo e nem o monismo e propõe uma nova teoria para esse processo.
Lain coloca que diante da integridade real do processo de desenvolvimento pessoal, é a atividade unitária do todo da estrutura que se manifesta desde o início; atividade que de modo algum pode ser reduzida assim a cada um dos níveis evolutivos: zigoto, embrião, feto. A estrutura em sua atividade prossegue no processo que levará a termo um ser em ato; o homem que em possibilidade e em potência o é desde sua origem. O processo da embriogênese é expressão de transformação gradativa; em cada momento de seu desenvolvimento o embrião é capaz de fazer e faz o que lhe corresponde fazer.
Desse ser total fala Viktor Frankl em seu livro El Hombre Doliente que, os pais ao gerarem seus filhos, emprestam seus cromossomas, mas não lhes infundem o espirito. Os cromossomas somente definem o organismo psicofísico e não a Pessoa espiritual. Ou seja, os cromossomas transmitidos por seus pais determinam ao homem aquilo que tem, não naquilo que é. A existência vai perdurando a medida que amadurece, mas a reprodução não pode fazer a existência amadurecer. O ser espiritual é um ser individualizado e sua existência é espiritual, mas a Pessoa existencial é essencialmente uma unidade e totalidade, a Pessoa “no es divisible ni sumable”. Isto explica que cada ser humano não somente é uma absoluta novidade, senão também um indivíduo absoluto e um insomável absoluto (FRANKL, 1990).
O Homem existe como Pessoa mas sua existência pessoal é de uma tripla classe: uma existência unitária e. portanto, indivisível; uma existência total e, portanto, nada lhe pode ser ontologicamente acrescentado; e é uma existência sempre nova, isto é, intransferível, insubstituível em sua identidade própria. Assim sendo, torna-se evidente e natural, o respeito devido ao ser humano desde o seu início biológico, isto é, em seu primeiro momento de vida como ser único, irrepetível.
DIGNIDADE DA MORTE: Sem dúvida, Lain foi um intelectual cristão, católico, sempre disposto a dar razão à sua fé e sua esperança. Nos últimos meses de sua vida, quando uma enfermidade lhe tirava as forças, queria ainda falar sobre o Sentido da Morte, tema tratado nas últimas páginas de seu livro Corpo e Alma onde expressa seu mais íntimo desejo frente à morte e ainda, a sua própria morte. Também nesse livro descreve seu pensamento da Pessoa num crescimento evolutivo até a morte citando São Paulo, quando fala do “corpo, alma e espírito” que não designam princípios constitutivos, mas modos morais de comportamento onde: “carne” é o modo de se comportar daqueles que se entregam a ela; “alma”, como atividade psíquica, vital do homem; “espírito” como o modo de viver daqueles que orientam sua vida aos ensinamentos de Cristo. A Bíblia, como disse Lain, não fala da alma e do corpo como princípios constitutivos da realidade do homem; nela o homem é “uno” (ENTRALGO, 2003).
Se o surgimento da Pessoa, a entrada de seu ser no mundo, é um milagre, não menos misterioso e profundo é o seu instante de morte, mais exatamente, o seu morrer. E, diante do mistério inexorável, é preciso se curvar e aceitá-lo.
Como diz Viktor Frankl, a vida humana sempre tem sentido porque a Pessoa sempre pode realizar valores. Classifica os valores em três grupos: criativos (que resultam da ação pessoal criadora); vivenciais (que resultam da abertura pessoal para acolher o que lhe é oferecido de alguma forma, como experiência vital) e valores de atitude. Estes últimos são os resultantes da atitude adotada diante de um sofrimento imutável, algo que expressa a valentia diante da dor inevitável; até o seu último suspiro o homem sente o apelo para realizar valores diante de seu ser-consciente e ser-responsável (FRANKL, 1986).
O morrer de alguém faz parte de sua vida e a abraça numa totalidade de sentido. O cansaço de viver, a decisão pelo suicídio é sempre baseada em um sentimento e nunca um sentimento pode ser um argumento, sobretudo para a decisão de terminar com a existência.
Importa que a Pessoa não só assuma que pode viver sem aquilo que, por qualquer razão, não pode ter. Sobretudo, é necessário se dar conta que sua vida pode se encaminhar para uma plenitude de sentido precisamente através da atitude realizadora de valor que só ela pode tomar diante de seu próprio limite existencial. Somente ela pode dizer sim à vida e conferir um sentido transfigurador ao seu sofrimento. Assumir a existência em seu caráter de missão. Assim se torna responsável, isto é, responde à vida que o interroga mediante os fatos. Fatos que poderiam levar ao desespero, mas, que podem ser mudados na hora seguinte. O suicídio não se justifica como um ato de direito humano. Ao contrário, é a negação de sua liberdade.
Por outro lado, há a busca pelo sentido da morte que se apresenta próxima e inevitável. Nunca podemos avaliar o valor de uma vida humana pelo tempo de sua duração. A dignidade humana transforma em vitória a atitude de arcar com a própria finitude, “degustando-a” até o fim, a partir do máximo de liberdade pessoal. Esta afirmativa é o oposto ao masoquismo que procura disfarçar a dor em prazer. O prazer e a dor, em si, não são intencionais, mas o homem pode reconverter o sofrimento em obra propriamente humana, ao descobrir e assumir o seu sentido, tornando-o intencional. É totalmente diferente ministrar os cuidados paliativos, retirar a dor possível de ser retirada, confortar e acompanhar alguém em seu processo de morrer, do que ministrar a eutanásia que retira a vida do enfermo com a intenção de evitar a dor a qualquer preço.
Frankl morreu em setembro de 1997, aos 92 anos. Registrou em sua obra, que viver ou morrer a própria morte quer dizer abraçá-la espiritualmente “de pé”, de forma plenamente humana.
Após definir claramente a diferença do masoquismo e a dor inexorável que em algum momento atinge a toda pessoa, deixou registrado em seu livro El Hombre doliente: «[…] Nós cremos que o homem tem direito a sofrer a sua dor. O pressuposto para isto é que seja realmente a “sua” dor, que seja o sofrimento inevitável e necessário, pleno de sentido existencial» (FRANKL, 1990, pg207)
Lain desejou intensamente “viver sua morte” como um profundo ato pessoal, dizendo em seu íntimo, ao senti-la chegar: “Señor, ésta es mi vida. Mírala según tu misericórdia”. Morreu a 06 de Junho de 2001 com 93 anos de idade enquanto preparava o Livro El Morir de La Persona. Enfrentou sua morte como sempre enfrentou sua própria vida, de forma pessoal.
Numa ocasião escreveu: «[…] El hombre que no vive embriagadamente entregado a la cotidianidad diária, el hombre que quiere vivir como persona, consciente, libre, responsablemente frente a su propia vida, por fuerza tiene que mirar la muerte como um acto personal”
Olhando para as questões da ciência versus religião na perspectiva da verdade, com Lain pode ser dito que o certo é sempre penúltimo e o ultimo é sempre incerto, uma fórmula acertada a marcar o relativismo das certezas científicas e das certezas religiosas.
Com Frankl, reconhecemos que todo momento existencial é oportunidade de crescimento, sobretudo as situações limites como o processo de morrer são oportunidades para o Homem manifestar mais plenamente a sua humanidade.
As idéias e visão da Pessoa Humana a partir de Pedro Lain Entralgo e de Viktor Emil Frankl podem dar elementos precisos para a discussão de qualquer assunto bioético, conduzindo sua resolução para a centralidade da Pessoa Humana tomada em sua realidade ontológica, em sua unidade constitucional existencial.
Bibliografia
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